11 dezembro 2009

MENSAGEM DA PRESIDENTA

.
Caríssimos amigos da CEPABrasil


É muito bom encerrarmos mais um ano juntos!
É muito bom, especialmente, constatarmos haver chegado até aqui com a chama de nossos ideais crepitando na alma de cada um de nós e iluminando o caminho que nos propusemos seguir.
Estamos iniciando uma nova jornada, nessa caminhada. É o momento de renovarmos nossa imorredoura confiança no futuro desse movimento de ideias que se constitui no projeto da CEPA e que, em terras brasileiras, nos encarregamos de coordenar, divulgar e vivenciar.
A CEPA BRASIL continua sendo, fundamentalmente, uma Associação de Amigos. Amigos gostam de brindar em cada fim de ano. Renovar seus sentimentos de gratidão, de afeto e de esperanças.
Embora geograficamente dispersos, esses sentimentos aproximam nossos espíritos, porque são presenças vivas e constantes em nosso íntimo, inspiradas na proposta generosa de um Espiritismo livre-pensador, progressista e, acima de tudo, fraterno. Esse é o laço que nos une e que se constitui na verdadeira identidade da CEPA BRASIL.
No ano de 2010, teremos, mais uma vez, a oportunidade de avançar nessa caminhada. Espero que estejamos todos juntos no II Encontro Nacional dos Amigos da CEPA, a realizar-se na cidade gaúcha de Bento Gonçalves, de 3 a 6 de Setembro. Além do reencontro que solidifica nosso afeto, é a oportunidade da expansão de nossas ideias, fazendo avançar nosso projeto.

Em nome da Associação Brasileira de Delegados e Amigos da CEPA - CEPA Brasil - cumprimento nossos associados, amigos e colaboradores. Desejo-lhes momentos de imensas alegrias no plano pessoal, familiar e social, ao ensejo das festividades que marcam o fim de um novo período. E, acima de tudo, desejo-lhes muita saúde e paz e progresso, em todas as instâncias da vida, a acompanhar-lhes nos 365 dias do novo ano.

Alcione Moreno
Presidenta

14 outubro 2009

ALCIONE MORENO ASSUME A PRESIDÊNCIA DA CEPA-BRASIL

.
Em Assembleia realizada no dia 11 de Outubro na sede do Instituto Cultural Kardecista de Santos – ICKS onde se realizava o XI Simpósio Brasileiro do Pensamento Espírita a médica e querida companheira Alcione Moreno foi eleita presidenta da CEPA Brasil, nova sigla da Associação Brasileira dos Delegados e Amigos da Confederação Espírita Pan-Americana a partir da alteração no Estatuto aprovada na mesma Assembleia..

13 outubro 2009

CEPA E USEECE SE APROXIMAM

.
Textos i imagens reproduzidos do blog da USEECE - http://useece.blogspot.com/
.
Grande Conferência em 3 de outubro
Para comemorar os 205 anos de nascimento do insígne codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec e os 16 anos de fundação da União das Sociedades Espíritas do Estado do Ceará, ocorreu no auditório do Conselho Regional de Contabilidade a conferência de Milton Medran cujo tema foi "Um novo tempo para o Espírito".
Esta data será lembrada como o dia em que a Confederação Espírita Pan-Americana chegou ao Ceará para ficar.
.




Formação da mesa na foto: Medran, Rui, Gerardo, Dante, Socorro, Orlando e André




.




Formação da mesa na foto: Socorro, Orlando, André e Néventon





.




Vista parcial do auditório antes do início da conferência






.
Encontro CEPA/USEECE – Grande Sucesso
Em clima de muita alegria e fraternidade, ocorreu no dia 4 de outubro as exposições das mesas-redondas com a presença de dezenas sociedades espíritas adesas a USEECE provenientes de diversas cidades do interior do estado e da capital cearense.
O objetivo deste encontro foi a aproximação fraterna e de troca de experiências entre os representantes e lideranças do movimento espírita vinculados a USEECE e a CEPA.
Os painelistas foram AndréLuiz (Presidente do GEAP), Dante López (Presidente da CEPA), Milton Medran (Ex-presidente da CEPA) atual diretor do informativo América Espírita órgão noticioso da CEPA, Néventon Vargas (delegado especial e diretor da Secretaria de Comunicação da CEPA), Orlando Borges (diretor de assuntos federativos da USEECE) e Rui Nazário (Presidente do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre), com exposições versando sobre a história e filosofia que norteiam a Confederação Espírita Pan-Americana e temas sobre a história e o movimento espírita cearense liderado pela USEECE.

08 setembro 2009

USEECE INICIA INTERCÂMBIO COM A CEPA

.
Eventos dias 3 e 4 de outubro, em Fortaleza, com a presença do Presidente e outros integrantes da CEPA, marcam a aproximação entre as duas instituições espíritas.
.
O que é a USEECE
A União das Sociedades Espíritas do Estado do Ceará, fundada em 3 de outubro de 1993, congrega cerca de 50 casas espíritas daquele Estado do Nordeste brasileiro.
Dentre suas finalidades (ver http://useece.blogspot.com/) constam: o incentivo do estudo do espiritismo como “ciência, filosofía e moral” e também “promover o entrosamento e a permuta de experiências entre entidades congêneres de âmbito estadual, nacional e internacional”. Exatamente, dentro deste propósito, a USEECE iniciou aproximação com a CEPA, já tendo recebido a visita de seu delegado em João Pessoa, Néventon Vargas que se reuniu, em 27 de julho último, com a presidenta, Maria do Socorro Rocha e com André Luiz Borges dos Santos, presidente do Grupo Espírita Auxiliadores dos Pobres em cuja sede se situa a USEECE.
.

Conferência com Medran
e Mesa Redonda CEPA/USEECE

O encontro do próximo mês tem início dia 3 de outubro, data do aniversário de Allan Kardec e também da fundação da USEECE, com a conferência “Um Novo Tempo para o Espírito”, a ser proferida pelo ex-presidente da CEPA, Milton Medran Moreira no auditório do Conselho Regional de Contabilidade (Av.Universidade, 3057, Benfica/Fortaleza). Será também feito o lançamento de um novo livro de Medran: “O Espírito de um Novo Tempo ou Um Novo Tempo para o Espírito.”
No dia 4/10, na sede da entidade anfitriã, varias mesas-redondas serão realizadas com dirigentes da USEECE e da CEPA. Na primeira delas, André Luiz Bezerra Borges dos Santos fará uma abordagem histórica da USEECE ressaltando sua identidade com ideias e propostas da CEPA. O presidente da CEPA, Dante López abordará “CEPA - História, Mitos e Vedades”. Medran falará sobre “A CEPA e o Laicismo”. Néventon Vargas sobre “Cristianismo e a Filosofia de Jesus”, Orlando Borges, da USEECE, sobre“O Espiritismo no Ceará” e o presidente do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, Rui Paulo Nazário de Oliveira, enfocará o tema “Atualização e Vigência de Kardec”. Todas as mesas-redondas oportunizarão a ampla participação dos espíritas presentes.
Medran e sua esposa, Sílvia, permanecerão em Fortaleza por alguns dias, oportunidade em que visitarão instituições filiadas à USEECE, prosseguindo o diálogo com espíritas da região.

12 julho 2009

SE O ESTADO NÃO FOSSE LAICO

.
SE O ESTADO NÃO FOSSE LAICO, SERÁ QUE OS CENTROS ESPÍRITAS ESTARIAM ABERTOS?
.
Depois de uma exposição sobre problemas sociais que promovemos em um centro espírita, ao final tivemos uma breve parte de interação com o público ali presente, que pode tecer comentários e fazer perguntas. Nessa ocasião uma participação me chamou particular atenção. Foi uma colocação feita por um presidente de centro espírita, que disse o seguinte: “Na sociedade há muitos problemas porque o governo não incentiva as religiões. Infelizmente o Estado é laico.” No que posteriormente respondemos, inicialmente indagando: “Se o Estado não fosse laico, será que os centros espíritas estariam abertos?”Na condição de espíritas que somos, proclamadores de uma fé raciocinada, já não podemos nos permitir determinados enganos, como o de confundir laicismo com ateísmo, ou achar que ser laico é ser inimigo das religiões.A condição de Estado laico diz respeito tão somente a uma forma de governo que não possui uma religião como sendo oficial, ou seja, é onde o Estado não toma partido religioso, o que não quer dizer propriamente que esse Estado seja inimigo das crenças religiosas. Como exemplo disso temos o Brasil, que é um Estado laico, mas garante aos cidadãos em sua Constituição a liberdade de crença.Para continuar refletindo sobre esse assunto, é bom também voltarmos um pouco no tempo e olhar a história das religiões. No Brasil, em um passado ainda bem recente, no século XIX, quando a primeira Constituição brasileira ainda oficializava o catolicismo como a religião do Estado, dificilmente se conseguia registrar a existência de um grupo ou templo de outra denominação religiosa. Para se ter uma ideia, o primeiro núcleo espírita do Brasil, o Grupo Familiar de Espiritismo, fundado em 1865, em Salvador - BA, pelo Sr. Luís Olímpio Teles de Menezes, no ano de 1871 teve seu pedido de registro como sociedade religiosa negado, registrando-se posteriormente como uma sociedade científica, o que especificamente para a doutrina espírit a não foi ruim, uma vez que esta forma de registro foi perfeitamente concordante com a “autêntica” definição de espiritismo estabelecida por Allan Kardec, que o define claramente como sendo uma “ciência e uma filosofia espiritualista de consequências morais”. Mas e os outros grupos? Os protestantes, judeus, mulçumanos, budistas, hinduístas, pessoas adeptas aos cultos indígenas, cultos africanos etc.. Será que nesse período algum grupo assim poderia se registrar como uma entidade religiosa e poderiam eles se expressar abertamente em suas ideias e crenças? Evidentemente que não!Recuando mais no passado a história traz marcas ainda mais perversas de constrangimento, intolerância e de violência sobre aqueles que se declaravam seguidores de outras religiões, ou mesmo sobre aqueles que não seguiam a nenhuma religião, que é outro direito que foi e continua sendo muitas vezes negado e mal interpretado.Diante do exposto lançamos as perguntas: se o Estado não fosse laico, será que os centros espíritas estariam abertos? Ou ainda, se o Estado fosse teocrático, ou seja, tivesse uma determinação religiosa outra qualquer, mas permitisse a existência de outras crenças, será que desfrutaríamos da mesma liberdade que temos hoje, de abrir as portas das casas espíritas para o público, de se declarar espírita, de registrar instituições, de promover eventos, de divulgar espiritismo através das diferentes mídias? Eu particularmente acredito que não!Se o Estado fosse teocrático muitas coisas seriam tolhidas, não só no universo religioso, mas também no campo da filosofia, das ciências e das artes. E não me venham dizer que um Estado teocrático seria capaz de tolher somente as coisas ruins, pois o passado e o presente deixam claro essa incapacidade. Geralmente o pensamento teocrático é caracterizado por considerar quase tudo que existe ruim, escapando pouca coisa a esse julgamento. Logo, muitas coisas efetivamente boas e essenciais para o progresso da humanidade deixariam de existir.Portanto, não nos iludamos, colocando em dúvida aquilo que a duras penas já foi conquistado. Para não ficarmos sujeitos a cair em terrível retrocesso.
Luiz Antônio de Sá
Professor de filosofia, fundador e coordenador daLEPPLE - Liga de Estudos Progressivos e Práticas à Luz do Espiritismo edelegado da CEPA - Confederação Espírita Pan-Americana

09 junho 2009

III FORUM DO LIVRE-PENSAR ESPÍRITA - GUARULHOS

+
Amigos da CEPA no Fórum de Guarulhos conclamam comunidade espírita a refletir sobre a conveniência de manter ou eliminar progressivamente os hospitais psiquiátricos espíritas.
+
O Encontro
+
Com a presença de autoridades do Ministério da Saúde, dos Secretários da Saúde de Guarulhos e de outros municípios paulistas, de psiquiatras, terapeutas e especialistas em saúde mental, espíritas de várias partes do Brasil, debateram, nos dias 5 e 6 de junho o tema “Espiritismo, Saúde Mental e Cidadania”.
Na conferência de abertura do evento, o Dr.Pedro Delgado, Coordenador-Geral do Programa de Saúde Mental do Ministério da Saúde, afirmou ser importantíssima “a contribuição dos espíritas laicos para a construção de um novo modelo de assistência no campo da saúde mental”. Para Delgado, a questão da saúde mental não pode sofrer a interferência de dogmas religiosos, mas, é fundamental o respeitar aos sentimentos de religiosidade de pacientes e familiares. Entende útil o desenvolvimento de uma ciência espiritual capaz de auxiliar na busca de equacionamentos do tema.
Depois de vários painéis, mesas-redondas e rodas-de-conversa, contando com especialistas e, também com a contribuição de familiares de pacientes e de trabalhadores ou ex-trabalhadores de hospitais psiquiátricos espíritas, em reunião plenária, os participantes do evento produziram o documento que, a seguir, divulgamos:
*****
MANIFESTO DO FORUM "SAÚDE MENTAL, ESPIRITISMO E CIDADANIA"
SAÚDE MENTAL: CUIDAR SIM, EXCLUIR NÃO!!!
+
Espíritas de todo o Brasil, reunidos nos dias 5 e 6 de junho de 2009, em Guarulhos-SP, durante o III Fórum do Livre-Pensar Espírita, que teve como tema central “Espiritismo, Saúde Mental e Cidadania”, redigiram o seguinte manifesto:
Considerando,
- o caráter progressista, humanista, laico, livre-pensador e libertário da doutrina espírita, fundada por Allan Kardec;
- que manicômio é um termo genérico utilizado para classificar hospícios, asilos, hospitais psiquiátricos e demais lugares de tratamento da doença mental que se valem do princípio do isolamento do louco da sociedade, um lugar onde os internados perdem todas as suas referências de vida e são excluídos do convívio familiar, do trabalho, do local onde moram, da cidade e que perdem, portanto, a maior garantia que a sociedade moderna pretende dar a todos, a cidadania;
- que há décadas o movimento espírita brasileiro, motivado pelo desejo de acolher os sofredores de transtornos psíquicos, fazer a caridade e propiciar o acesso às terapias espíritas, instituiu uma ampla rede de hospitais psiquiátricos espíritas;
- que ainda está sob controle dos hospitais psiquiátricos espíritas significativa quantidade de leitos psiquiátricos;
- que essas instituições, mesmo sem reproduzir as práticas de violência que caracterizam os hospitais psiquiátricos, mantêm a exclusão como prática assistencial;
- que novos modelos de cuidado em saúde mental têm sido propostos, inclusive com amparo na legislação federal, mais concernentes com os postulados éticos oriundos da doutrina espírita, possibilitando a construção de um modelo assistencial de base comunitária mais consentâneo com os postulados humanistas defendidos pelo espiritismo;
- que a Constituição Federal, alinhada à Declaração Universal de Direitos Humanos, impõe sejam resguardados os direitos fundamentais de liberdade e igualdade, presentes na Lei Natural (inscrita em nossa consciência);

Resolvem declarar que entendem devam os espíritas:
*
1)
Apoiar e participar ativamente da Reforma Psiquiátrica, que propõe transformar o modelo assistencial em saúde mental e construir um novo estatuto social para o louco: o de cidadão como todos os outros;
*
2) Apoiar a substituição progressiva dos manicômios e demais práticas de internamento que resultem na exclusão social dos indivíduos portadores de transtornos mentais;
*
3) Apoiar a substituição do modelo manicomial pela criação de uma rede de serviços territoriais de atenção psicossocial, de base comunitária;
*
4) Apoiar a lei 10.216/2001, que propõe uma ampla mudança do atendimento público em Saúde Mental, garantindo o acesso da população aos serviços e o respeito a seus direitos e liberdade, o que significa mudar o modelo de tratamento: no lugar do isolamento, o convívio com a família e com a comunidade;
*
5) Exigir das autoridades públicas que cumpram sua responsabilidade e implementem, objetivamente, a rede de saúde mental de base comunitária (CAPS, Residências Terapêuticas, Lares Abrigados, ações para redução de danos, etc) e leitos de curta permanência em hospitais gerais qualificados para integrar a referida rede;
*
6) Conclamar a comunidade espírita para uma reflexão séria e responsável sobre a conveniência de manter ou eliminar progressivamente os hospitais psiquiátricos espíritas. Por mais respeitáveis que sejam os objetivos dessas instituições, elas professam um modelo historicamente ultrapassado e eticamente indefensável. Essas instituições, que contam com um enorme patrimônio e muitos colaboradores, não podem e não devem simplesmente encerrar suas atividades. Sugere-se produzir uma redefinição do perfil das instituições, voltando suas atividades para o cuidado aos idosos, à população em situação de vulnerabilidade social, desenvolvendo, em particular, atividades educacionais, culturais e profissionalizantes;
*
7)
Adotar o trabalho efetuado em instituições espíritas (emissão energética à distância, passes, orientação espiritual a encarnados e desencarnados, desobsessão, etc). Essas práticas claramente se inscrevem entre as diferentes modalidades de cuidado em saúde mental de base comunitária e têm uma contribuição inimaginável na diminuição e no controle da ocorrência de casos graves de transtornos psiquiátricos;
*
8) Reconhecer que o espiritismo, ao tratar da questão da saúde mental sem a interferência de dogmas religiosos, mas respeitando os sentimentos de religiosidade de cada um (paciente, familiares e profissionais de saúde) pode contribuir eficazmente com as demais ciências e correntes do pensamento, alargando a compreensão sobre a natureza humana, sua subjetividade, seus sofrimentos e transtornos psíquicos, a partir da abordagem de sua dimensão espiritual;
*
9) Conclamar a comunidade espírita a cerrar fileiras junto ao Conselho Nacional de Saúde e em outros espaços de debate e atuação públicos, com as posições defendidas pela OMS, OPAS, parlamentares, gestores públicos das três esferas de governo, representantes do Ministério Público, instituições universitárias, ONG e outros setores progressistas de nossa sociedade que defendem a REFORMA PSIQUIÁTRICA E UMA SOCIEDADE SEM MANICÔMIOS!
Guarulhos, 6 de junho de 2009.

III FORUM DO LIVRE-PENSAR EPÍRITA - Guarulhos

***
COORDENADOR DO MINISTÉRIO DA SAÚDE DESTACA A POSIÇÃO LAICA ESPÍRITA COMO FUNDAMENTAL PARA O DEBATE SOBRE SAÙDE MENTAL
*
Na abertura do III Fórum do Livre Pensar Espírita, realizado em Guarulhos (SP), de 5 a 7 de junho, o Dr. Pedro Delgado (foto), Coordenador-Geral do Programa de Saúde Mental do Ministério da Saúde (Governo Federal) afirmou ser importantíssima a contribuição dos espíritas laicos para a construção de um novo modelo de assistência no campo da saúde mental.
Delgado pontuou que tratar a questão da saúde mental sem a interferência de dogmas religiosos, mas respeitando os sentimentos de religiosidade de cada um (paciente, familiar, profissional, Sociedade) é importante porque a contribuição efetiva de uma ciência espiritual pode auxiliar no melhor equacionamento da questão.
O contributo maior está na “Dimensão Espiritual do Sofrimento”, que a posição espírita pode descortinar, principalmente por não invocar questões de fé. O novo paradigma que está sendo construído, assim, coloca o doente e seus familiares não como “vítimas” da doença, mas atores, protagonistas e co-terapeutas, tomando a positividade da loucura (calcada na experiência de vida, a vivência e o aprendizado, que constituem a matriz ética da questão), e não a simples negatividade que a dor possa encampar.
A feliz iniciativa da CEPAmigos em promover o Fórum e os compromissos que ficarão como conseqüência do evento, principalmente a “Carta” assinada no encerramento do mesmo, podem ser balizas importantes para inserir, definitivamente, o movimento espírita, consciente e participativo, neste cenário.
Reportagem de Marcelo Henrique, especial para CEPA BRASIL.

CONSELHO EXECUTIVO DA CEPA

***
Na última reunião, realizada em Buenos Aires, dia 23 de maio de 2009, o Conselho Executivo da CEPA examinou uma proposta do Sr.Jaci Regis para que seu trabalho “Modelo Conceitual Kardecista – Reescrevendo a Doutrina Espírita” seja tomado como base de um novo posicionamento doutrinário e que seja criada uma comissão especial com o fim de estudar seu trabalho e apresentá-lo no próximo Congresso a realizar-se na cidade de Santos, no ano de 2012.
Após profunda avaliação do trabalho intelectual do Sr. Regis, de longa e frutífera trajetória no Movimento Espírita, o Conselho Executivo, por unanimidade, decidiu pelo não acolhimento da proposta oferecida, atento às seguintes considerações:

1. Fiel à sua Historia Institucional, a CEPA, que tem como base de seu pensamento a Doutrina Espírita sistematizada por Allan Kardec, entende que esta se encontra em contínuo processo de atualização e seguirá acolhendo ideias, interpretações e pontos de vista devidamente fundamentados, desde que expostos e ampla e minuciosamente debatidos nos eventos que promove.
*
2. Dentro desta linha de ação, o XXI Congresso Espírita Pan-Americano, a realizar-se na cidade de Santos, no ano de 2012, cumprirá a tradição da CEPA de recebe e debater as mais diversas contribuições, sempre que sejam apresentadas por pessoas regularmente inscritas no evento e seus trabalhos sejam compatíveis com a temática oficial do Congresso, que será definida por este Conselho.
*
3. Apreciamos e valorizamos o esforço intelectual do autor e coincidimos em muitas de suas ideias, mas entendemos que a Atualização do Espiritismo se está dando através de una construção coletiva que se plasma nos Congressos e demais eventos que realizamos, além de outros muitos aportes. Nesse sentido, consideramos o “Modelo Conceitual” proposto como excelente trabalho individual de investigação e atualização da Doutrina Espírita, mas em nenhum de nós existe a convicção de que deva ser tomada como base para um Novo Posicionamento Doutrinário da CEPA.
*
4. Com estes fundamentos, o Conselho Executivo entende que seria improcedente, neste momento, constituir uma comissão especial para analisar a tese de um autor em particular, como o “Modelo Conceitual Kardecista” de Jaci Regis. Tampouco tem-se a intenção de adotar o modelo proposto como eixo central do XXI Congresso Espírita Pan-Americano, embora o mesmo possa perfeitamente ser avaliado dentro da Comissão Temática do Congresso, a fim de que sejam aproveitadas suas contribuições.
*
Apesar da resolução tomada de recusar a proposta, queremos fazer menção de que esta é uma questão Institucional e não pessoal e reiteramos a nosso querido Jaci a alta consideração que os integrantes deste Conselho mantêm por ele e o ICKS, por sua contribuição aos espíritas do Brasil e América, mantendo-se fiel a seus princípios de respeito ao livre pensamento, ao diálogo e ao progresso, no desejo de que o caminho que continuamos percorrendo juntos mantenha a senda de afeto e valoração que até hoje teve.

Conselho Executivo da CEPA

29 maio 2009

VI JORNADA ARGENTINA DO PENSAMENTO ESPÍRITA

*
A VI Jornada Argentina do Pensamento Espírita teve por sede a S.E.Constancia, de Buenos Aires, com o tema "Aprendizaje Permanente - Construyendo el Espiritismo en el Siglo XXI".
Todos os trabalhos estiveram voltados ao processo de educação espírita a partir da infância e juventude. Colaboraram grupos argentinos não apenas ligados ao CREAR/CEPA mas também de outros segmentos espíritas, pois o evento contou com o apoio do movimento UEA (Unificación Espirita Argentina), composto por entidades filiadas à CEPA e à CEA (Confederación Espírita Argentina) e também por entidades independentes.
Cerca de 300 pessoas participaram da Jornada, inclusive uma delegação de brasileiros, entre eles Jacira Jacinto da Silva, presidenta da Associação Brasileira de Delegados e Amigos da CEPA.
Roseli e Ademar Chioro dos Reis, do Centro Espírita Allan Kardec de Santos apresentaram um relato de experiência das atividades desenvolvidas naquela entidade com crianças.
Uma delegação de cinco pessoas do CCEPA prestigiou o evento: Rui, Milton, Sílvia, Tereza e Margarida.
A jornada foi encerrada com uma conferência do presidente da CEPA, Dante López, com o tema "Educación para una evolución conciente".
*
FLAGRANTES DO ENCONTRO


























07 março 2009

A CONTRIBUIÇÃO DE HERCULANO PIRES

*
Ainda poucos no movimento espírita conseguem aquilatar a contribuição única que Herculano dera ao desenvolvimento do espiritismo.
A primeira dessas contribuições está na própria compreensão da idéia espírita. Tratando-se de uma revolução conceitual, uma quebra de paradigma, um passo inédito na história do conhecimento – a sua dimensão e o impacto renovador de suas propostas ainda não foram entendidos pelos seus adeptos mesmos, que o tocam apenas superficialmente, carregados dos vícios religiosos do passado, incapazes de singrarem nos mares abertos, descortinados por Kardec.
A maioria dos espíritas no Brasil aceita o espiritismo como mais uma religião apenas, embora mantenham o discurso do tríplice aspecto. Herculano soube sondar as profundidades da obra de Kardec, entendendo-a como uma revolução cultural, como uma proposta pedagógica, como ciência nova, como filosofia inédita, sem negar seu aspecto religioso.
Muitos espíritas o consideravam fanático por Kardec, mas Herculano não tinha nenhum laivo de fanatismo, era aliás uma pessoa avessa às idolatrias. O caso é que ele entendeu como ninguém o papel de Kardec no espiritismo. Ainda hoje, a maioria dos espíritas tem a idéia equivocada de que Kardec teria apenas organizado (por isso a ênfase na palavra codificador) uma revelação pronta, dada pelos Espíritos. Entretanto, apesar de ter havido sim uma revelação, a estruturação da filosofia espírita e a criação de uma metodologia de abordagem científica foram do homem Kardec. Herculano colocou em relevo esta contribuição de mestre.
Fez isso, porém, não de maneira histórica, inserindo-o no seu contexto, mas na contemporaneidade, com que travou permanente diálogo. Como jornalista-filósofo, Herculano esteve sempre ligado à realidade, ao turbilhão de idéias do seu tempo e procurou mostrar a conexão do pensamento espírita com o processo evolutivo das idéias, das pesquisas e da história humana. Temos assim não um mero divulgador de idéias espíritas do século XIX, mas um pensador que pensou espiritamente o século XX.
Essa é a função de todo conhecimento vivo. O espiritismo não pode se tornar letra morta, bíblica, que adotamos de forma postiça, como um credo fechado. É uma nova maneira de ver, pensar e sentir o mundo e assim pode iluminar o progresso do pensamento humano, interagindo com as ciências, as filosofias, as correntes pedagógicas.
Isso, porém, não é ecletismo. Certa vez, muitos anos atrás, ainda no início da minha jornada intelectual, travei conhecimento em Portugal com uma pessoa formada em Filosofia e ela me dizia indignada que Herculano era eclético. Como se sabe, tal adjetivo é altamente pejorativo no meio acadêmico, porque significa colocar diferentes elementos, díspares, numa proposta de pensamento ¬– o que revelaria superficialidade e falta de conhecimento aprofundado das nuanças das diversas correntes. Uma salada mista, em suma. Essa crítica na época me irritou sobremaneira, mas foi excelente desafio, porque mergulhei com mais afinco do pensamento de Herculano, para desmentir a acusação. Nunca mais encontrei essa pessoa, mas depois de mais de 20 anos de estudo das obras de Herculano e tendo percorrido os bancos acadêmicos da graduação ao pós-doutorado, posso afirmar com toda certeza que não há o mínimo ecletismo em Herculano.
O filósofo de Avaré nunca perde a identidade do pensamento espírita, mas compreende que faz parte dessa identidade o enxergar os elos com outras formas de pensamento e entender a história das idéias humanas como uma construção coletiva de conhecimento e descoberta da verdade. Assim, dialogar e integrar evita o dogmatismo e a estagnação, mas o eixo da racionalidade metodológica, proposta por Kardec, é o que dá sentido e nos faz ver as possíveis conexões.
Podemos, portanto dizer que o pensamento de Herculano Pires é amplo e aberto e por isso mesmo fiel aos princípios lançados por Kardec.

30 anos depois da morte de Herculano Pires, poucos conhecem sua obra. É preciso revisitá-lo e avaliar a grande contribuição que deu ao pensamento espírita!
Dora Incontri